Julho de 2025 marca uma mudança significativa no programa Bolsa Família: aproximadamente 921 mil famílias brasileiras deixarão de receber o benefício. Desse total, 385 mil domicílios ultrapassaram 759 reais, meio salário mínimo, de rendimento por pessoa em julho. A redução de 20,5 milhões para 19,6 milhões de beneficiários.
Por que tantas famílias estão saindo do programa
A primeira razão demonstra que dados da Fundação Getúlio Vargas apontam que, entre 2023 e 2024, 91% dos empregos formais criados no Brasil foram ocupados por pessoas inscritas no Cadastro Único, demonstrando que o mercado de trabalho está absorvendo essa população.
A segunda razão envolve as 536 mil famílias que completaram 24 meses na Regra de Proteção. Essa medida permite que famílias com renda per capita entre R$ 218 e R$ 759 continuem recebendo 50% do benefício por até dois anos. Após esse período, mesmo mantendo renda estável, o benefício é encerrado.
Assista ao vídeo para saber mais:
O papel da modernização do Cadastro Único
A modernização da forma de inserir dados do Cadastro Único ocorrida em março passado está dando mais celeridade para a manutenção do Bolsa Família. A integração com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) permite atualização automática das informações de renda, tornando o processo mais eficiente e transparente.
Novas regras que mudaram o cenário do benefício
As mudanças implementadas em junho de 2025 trouxeram critérios mais rigorosos para permanência no programa. As principais alterações incluem:
- Famílias com aumento de renda agora permanecem apenas 12 meses na Regra de Proteção (antes eram 24 meses)
- Famílias com integrantes que tenham renda estável e permanente, como aposentadoria ou pensão, poderão ficar no programa por dois meses
- Famílias com pessoas com deficiência que recebem BPC têm limite de 12 meses
Ajuste no teto de renda
O teto de renda que dá acesso à regra de proteção foi reduzido de meio salário mínimo (R$ 759) para R$ 706, tornando os critérios ainda mais restritivos.
Impacto econômico e social da medida
A saída de quase um milhão de famílias do programa gera uma economia estimada de R$ 7,7 bilhões no orçamento de 2025, reduzindo o total de R$ 167,2 bilhões para R$ 159,5 bilhões. Esses recursos, segundo o governo, serão redirecionados para atender famílias em situação de maior vulnerabilidade.
O Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias destaca que os números demonstram que o programa não é só um auxílio financeiro, mas se confirma como mais um amparo para a manutenção de empregos e para a geração de renda.
Como funciona o Retorno Garantido
Para famílias que saem do programa mas voltam a enfrentar dificuldades, existe o Retorno Garantido. Esse público ainda é protegido por outra medida: o Retorno Garantido que é aplicado quando a família que ultrapassou o período de 24 meses na Regra de Proteção, ou solicitou o desligamento voluntário do programa, volta à situação de pobreza.
Para entender melhor quem permanece no programa, é importante conhecer os critérios vigentes:
- Renda per capita: até R$ 218 mensais
- Cadastro Único: dados atualizados a cada dois anos
- Condicionalidades: frequência escolar e acompanhamento de saúde
- Documentação: em dia e dentro das regras estabelecidas
O que fazer se sua família foi desligada
Famílias excluídas do programa devem verificar algumas possibilidades:
- Conferir o motivo do desligamento através do aplicativo do Bolsa Família
- Atualizar o Cadastro Único caso haja mudança na situação financeira
- Manter documentação organizada para eventual retorno ao programa
Entre 2014 e 2018, cerca de 1,1 milhão de famílias foram retiradas do programa, o que contribuiu para um aumento de 71,8% na extrema pobreza, segundo dados do Centro de Políticas Sociais da FGV. Esse histórico alerta para a necessidade de acompanhamento cuidadoso das famílias desligadas.
Dúvidas frequentes
Quais mudanças no Bolsa Família ocorreram em 2025?
Em 2025, o programa Bolsa Família passou por ajustes significativos nos critérios de elegibilidade, o que resultou na redução de beneficiários. Aproximadamente 921 mil famílias deixaram de receber o benefício devido ao novo limite de renda.
Como a redução de beneficiários no Bolsa Família afetará as famílias?
As famílias que ultrapassaram o limite de renda de 759 reais por pessoa deixarão de receber o benefício. Isso impacta principalmente aqueles que não atendem aos novos critérios de elegibilidade do programa.
Quem ainda poderá receber o Bolsa Família após julho de 2025?
As famílias com renda per capita abaixo de meio salário mínimo (759 reais por pessoa) continuarão a receber o Bolsa Família. No entanto, as famílias que superaram esse limite serão excluídas do programa.
Por que o governo brasileiro reduziu o número de beneficiários do Bolsa Família?
A decisão de reduzir o número de beneficiários está relacionada a uma reavaliação das condições econômicas e dos critérios de elegibilidade. O objetivo é concentrar o benefício nas famílias com maior vulnerabilidade social e financeira.
Como o governo definiu quem seria removido do Bolsa Família?
O governo utilizou a análise da renda familiar per capita para determinar quais famílias seriam removidas. As que ultrapassaram a faixa de 759 reais por pessoa perderam o direito ao benefício.
Quais foram os critérios específicos usados para a redução no Bolsa Família?
O critério principal foi o rendimento familiar. Famílias que ultrapassaram a faixa de 759 reais por pessoa foram desqualificadas do programa, não atendendo mais aos requisitos de renda.
Haverá novas mudanças no Bolsa Família em 2025 além da redução de beneficiários?
Embora a principal mudança tenha sido a redução de beneficiários, o governo também pode realizar ajustes nos valores ou critérios de qualificação, dependendo das condições econômicas futuras e das necessidades sociais do país.
O que as famílias que perderam o Bolsa Família devem fazer?
As famílias que perderam o benefício devem buscar alternativas de apoio social ou verificar sua elegibilidade para outros programas de assistência social oferecidos pelo governo. Além disso, elas podem procurar políticas públicas que visem a inclusão social e a melhoria das condições de vida.